26 de dez. de 2008

O Caso de Praia.

O que acontece na praia, fica na praia.
Não é mesmo?

Raramente aquele amor de verão sobe a serra, e no meu caso, não subiu.
E eu nem quis que subisse!

Estávamos na casa de pessoas que jamé eu lembrarei nomes.
Só lembro de uma menina de olhos azuis e cabelos cacheados, porque ela preparou o narguilé para fumarmos ali no sotão da casa alugada.
Pelos papos que ouvi, ela é uma universitária, daquelas ricas que moram na capital em um apê sozinhas. Que maravilha.
Vale ressaltar, que estávamos bêbados.
Eu, pelo menos, estava um tiquinho alterada.

A garota desceu para acender a brasa, e ficamos nós dois ali em cima.
Conversamos qualquer coisa boba, porque ele já era conhecido meu.
Então havia alguns colchões ali, cada um deitou em um e ficamos olhando pro teto.
Já devia ser mais de duas da manhã, e o dia tinha sido cansativo (era uma praia, mas tinha sido cansativo sim).
Então de repente as luzes apagaram.
Só consegui resmungar 'ah não...' e eis que vem alguém sobre mim, e me cobriu a boca de beijos.
Assustei, óbvio.
Não esperava mesmo isso, e olhe que tenho lá uma certa malícia para com as pessoas que conheço (no caso, homens).
E ficamos ali nos beijando loucamente, até ficar sem ar.
Ele não era lá muito bom nessa arte do beijo, mas a bebida e o sono ajudaram a tornar esta atividade um tanto quando mais prazerosa.

O que ele não tinha de bom no beijo, ele tinha nas mãos.
E ficava deslizando as mãos dele pelo meu corpo inteiro, parecia ter mais de duas mãos.
E também tinha um cheiro muito bom, diferente daqueles cheiros fortes de perfume masculino. Era um cheiro limpo e suave, muito gostoso.

Aí ouvimos passos, e era a menina subindo as escadas.
Cada um sentou no lugar correto e fizemos cara de quem não tinha feito nada.
Ficamos então fumando o narguilé. Era de melancia e menta. E eu (no auge do meu sono e embriaguez sonolenta) ficava viajando nas fumaças que dançavam no ar.
Chegaram mais pessoas e dei um jeito de sair de lá, mas levando o rapaz junto comigo.

Andamos pela praia para chegar de volta à nossa casa, e parecia que nada tinha acontecido.
Quando adentramos numa trilha, fui indo pela frente, pois ele não conhecia o caminho.
Então ele me puxou forte pelo braço, me abraçou e me tirou o ar de novo.

Depois chegamos no quintal da casa, e adiamos a entrada.
Ficamos nos amassando ali fora, até que eu senti uma protuberância me tocando as coxas.
Ele já conservava um olhar calmo que parecia queimar, e uma impaciência gigante.

Entramos na casa e demos de cara com muitos olhos curiosos e sonolentos.
Ninguém tinha percebido, mas os meus olhos atentos denunciaram toda a situação.

Fui pro quarto, e ele estava deitado na cama, e me chamou para deitar junto dele.
Deitei, e ele ficava me acariciando lentamente sob os lençóis.

Só pedi pra ele parar, precisava dormir e acordar em duas horas.

Só lamento.

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