20 de mai. de 2009

Daughters.

É estranho eu andar com uma puta vontade de ter família e filhos?
Cara, já não sei de mais nada.

Sempre tive medo de me apaixonar, porque sempre a corda arrebentava pro meu lado.
E então eu levava tempos pra remendar os cacos da minha alma que ficavam espalhados pelo chão do banheiro. Desta vez, foi a mais intensa de todas. Já havia desistido de encontrar todos os pedaços. Mas então você apareceu. E recolheu todos pra mim. Remendou minha alma com suas próprias mãos. E você fez isso tão bem. Não sobrou uma cicatriz. Não sobrou nada de antes. Só o que foi bom.

E eu te amo.

Tenho tanto medo de te perder. Seja para o tempo, para trabalho, qualquer coisa. É egoísmo te querer só pra mim?
A possibilidade de não ver seu sorriso, ou de o verde dos teus olhos se perder pra sempre, me enlouquece. Me enlouquece a ponto de perder a fala.
Por que é que ando tão sem fala?
Demoro pra pensar.

Será por causa do leite que não ando tomando?
Sei que não me sinto como antes.
Como se partes de mim fossem dignas de uma velha de 80 anos. Como se os velhos de 80 anos fossem mais jovens do que eu. E eu fosse apenas uma pessoa jogada no mundo, querendo uma rede e um colo.
Minha garganta em chamas se esqueceu de gritar. Apenas uns sussuros roucos prolongados.

Como se fossem um último suspiro de algo que vive e quer morrer.

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